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Despacho n.º 5531/2020 - Diário da República n.º 95/2020, Série II de 2020-05-15 133723389
Saúde - Gabinete da Ministra
Determina que na marcação dos períodos de férias dos dirigentes e trabalhadores do Ministério da Saúde deve ser acautelado o normal funcionamento do serviço, tendo em conta a necessidade de manutenção da prontidão de resposta a um eventual aumento da incidência da COVID-19
Dizia-me o doente temeroso: Posso mandar o resultado do exame em pdf mas ao Hospital nãovou!Pergunta-se, a quem serve o tremendismo? Assustam-se as pessoas com o perigo do Covidclamando: adiem-se consultas, cirurgias e exames que não sejam absolutamente necessáriospara nos concentramos no combate ao Covid! Face à devastação causada pela epidemianoutros países, utentes e profissionais de Saúde entendem a premência respondendo comprontidão e sucesso (diga-se) à mensagem, cumprindo com rigor o que lhes foi pedido. Findo operíodo crítico, alerta-se: estão a morrer doentes com outras patologias por deixarem de seratendidos nos serviços de saúde, avisa-se para que regressem prontamente para lhes serprestada a assistência devida …Claro está que o cidadão se há de sentir como o tolo no meio da ponte. E vou onde, como equando e com que segurança? Os profissionais, não menos assustados, interrogam-se: Comovou observar e tratar os meus doentes com segurança?Todos, doentes e profissionais de saúde, já perceberam que vivemos tempos novos. Que háque encontrar novas formas de nos cuidarmos agora e no futuro. São tempos de incerteza querequerem ponderação e diálogo tendo em vista encontrar as melhores soluções em Saúde. Háque ter a noção que atitudes e discursos bipolares só servem para paralisar e gerarcomportamentos irracionais.
Jorge AlmeidaMédico Cardiologista
Face aos resultados obtidos até hoje no combate sanitário ao COVID-19, todos concordaremos que a primeira batalha foi ganha. Conseguimos conter a epidemia trazendo o número mágico R0 (tradutor da contagiosidade do vírus) de um valor superior a 2 para próximo de 1, mantendo uma taxa de ocupação de camas em cuidados intensivos de cerca de 50%.
Atendendo à agressividade do agente em causa, traduzida na elevada morbimortalidade observada em países vizinhos, temiam-se resultados idênticos entre nós. Porém, a sagacidade da inteligência científica nacional e a pronta resposta política, aliadas e essa espécie de general Wellington que é o nosso Serviço Nacional de Saúde, souberam encontrar a estratégia e as respostas, mais adequadas a levar de vencida o inimigo nesta primeira refrega.
Porém, tenhamos a noção que ganhámos a batalha, mas ainda não a guerra. O inimigo continua por aí e se lhe dermos o flanco pode voltar a atacar em força. Para o evitar, temos de saber conciliar as medidas de isolamento social e a necessidade de abertura para nos refazermos economicamente, mantendo o Serviço Nacional de Saúde preparado para o que der e vier.
Não sabemos se estamos no rescaldo da primeira ou se travámos vitoriosos a última batalha, sabemos sim da nossa determinação em vencer a guerra, nem que seja à terceira como diz o Povo.
Jorge Almeida
Médico Cardiologista
Começo por fazer a declaração de interesses: tenho 68 anos, sou médico cardiologista no ativo e farei tudo o que estiver ao meu alcance para não contagiar nem ser contagiado pelo Covid-19. Não consinto, porém, que este tudo me impeça de manter uma vida familiar, social e profissional dignas de um ser humano. Em trabalho exclusivo no SNS, tinha estabelecido os 70 anos como idade limite de atividade profissional, decisão que mantenho sejam quais forem as consequências e a evolução temporal da epidemia que nos aflige.
Estando na fronteira dos setenta anos, sinto-me dividido quanto à decisão que se anuncia de confinamento obrigatório dos mais velhos até ao aparecimento de uma vacina segura ou à descoberta de terapêuticas eficazes no combate à infeção por Covid-19. Sendo certo que é este o grupo de maior risco de mortalidade e o que mais sobrecarrega as unidades de cuidados intensivos, é, também, o mais ávido em reatar a vida relacional por saber que o tempo de vida que lhe resta é um bem precioso que escasseia.
Concordo que a necessidade de proteger os mais idosos não pode "estagnar" a vida dos mais jovens, como diz a investigadora Maria Manuela Mota em entrevista ao Expresso. Não me parece, porém, aceitável que para garantir o futuro dos mais novos se imponha o isolamento social dos mais velhos. Há nesta problemática um conflito de interesses geracional, digamos assim, que para ser dirimido requer soluções de compromisso.
A Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos juntamente com a Câmara Municipal do Porto, tomaram a iniciativa de transformar o Palácio de Cristal num hospital de campanha para receber doentes Covid em fase de convalescença ou casos não complicados sem indicação para internamento hospitalar. O staff de apoio seria garantido, essencialmente, em regime de voluntariado embora, pela natureza dos doentes internados, implicasse uma logística de comando que teria de ser assegurada por uma equipe treinada no tratamento e na prevenção de risco de transmissão de infeção do vírus em causa. A iniciativa pareceu-me positiva e com pernas para andar, pois permitiria aos hospitais dar alta mais precoce a doentes em convalescença, mas ainda “contagiantes” e aliviar a carga social ao receber casos menos graves de infeção, embora sem condições para tratamento domiciliar ou em lar da terceira-idade.
(Ler o artigo completo no documento anexo)
Dizem que anda por aí um andaço! Na aldeia vizinha só ontem foram cinco a enterrar. Na cidade os sinos não param de tocar a finados!
Era assim que num passado não muito distante se anunciavam as grandes epidemias como a que hoje estamos a viver
Ver o artigo completo no documento anexo
Abril abriu muitas portas, por uma delas passou o Serviço Nacional de Saúde que, justamente, se enaltece no dia da Liberdade. Nesta data histórica, a Direção do Sindicato dos Médicos do Norte realça a importância de um Serviço Público de Saúde universal e inclusivo, sem o qual não seria possível o combate sem tréguas à epidemia que nos assalta.
A Direcção do SMN
Homenagem
Sou médico há 56 anos. Lembro-me de sentir muitas vezes na minha vida profissional, vida que procurei levar o mais eticamente, o mais competentemente, o mais dedicadamente e conscientemente possível, desilusões e mesmo algum sentimento de desonra em pertencer à classe médica. Tudo isto, por comportamentos desviantes dentro da própria classe, dentro da sua especial missão de vida, que feriam o nosso principal tesouro, a dignidade e o profundo sentimento humanista.
Sempre tive e ainda tenho muitos amigos das mais diversas profissões, desde trabalhadores mais humildes até cientistas, empresários, políticos e banqueiros. A todos, de formas obviamente diferentes, nunca os deixei de homenagear com a minha leal e sincera amizade, e com o reconhecimento e admiração por muitos exemplos das suas vidas. Porém, esta pandemia que hoje está a roer a nossa existência individual, familiar e social criou em mim, no meio de todos os males, sentimentos que eu nunca havia experimentado de forma tão emocionada e profunda. Por isso a minha homenagem, nesta altura, a todos os profissionais de todas as áreas, amigos e desconhecidos, não pode caber dentro de limites, pois em situação tão complexa, tão intrincada e tão interactiva, é muito difícil separar os mais importantes dos menos importantes.
Nesta infelicidade que nos bateu à porta, há, no entanto, uma multidão de seres humanos que me levaram, indiscutivelmente, à reconquista de uma honra especial em pertencer à sua classe, a classe médica e o Serviço Nacional de Saúde. Um Serviço Nacional de Saúde, fruto do glorioso Vinte e Cinco de Abril, prestes a ser celebrado, um Serviço Nacional de Saúde que abrange políticos, autoridades sanitárias, administrativos, médicos, enfermeiros, auxiliares e pessoal mais anónimo, todos imprescindíveis ao seu funcionamento e ao seu mais sólido e nobre futuro. A todos a minha homenagem.
Fiz cuidados intensivos há largos anos, quando as unidades de cuidados intensivos começavam a aparecer, de forma muito primária, comparadas com as de hoje. Mesmo assim, senti bem fundo a responsabilidade e a abnegação que elas exigiam. Por isso, não me levem a mal que eu deixe aqui uma homenagem muito especial, acima de todas as homenagens, ao trabalho de todo o pessoal que de uma forma heróica dedica as suas vidas, nestes dias tão negros, à prática intensivista, em Portugal e fora de Portugal. São para mim, sem margem de dúvidas, os Heróis da actualidade, aos quais cada país, depois da vitória, deveria erguer o mais majestoso e merecido monumento.
20.04.2020
Adão Cruz
Ler todo o artigo em: https://www.publico.pt/2020/04/14/sociedade/opiniao/dois-minutos-fama-1912028
Despacho n.º 4328-B/2020 - Diário da República n.º 70/2020, 2º Suplemento, Série II de 2020-04-08 131292970
Determina a aplicação da tolerância de ponto concedida pelo Governo para os dias 9 e 13 de abril, tendo em conta a continuidade e a qualidade da prestação de cuidados de saúde à população
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